sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Percurso do Herói - separação, iniciação, retorno

Alguns seres possuem a faculdade de compreender o outro, de ler nas entrelinhas ou ter visões da natureza das coisas. Isso é uma capacidade natural de todo ser humano, que deve ser resgatada. Essa faculdade advém, mitologicamente, do retorno do herói ao mundo. No livro "O Herói de mil faces", do mitólogo Joseph Campbell, é dito que "os grandes temas, os arquétipos intemporais, assim como sua ação sobre as almas, permanecem os mesmos". As personalidades estão condicionadas aos mesmos dramas, sansaras, labirintos, mas podem passar pela iniciação, e tomar consciência dos padrões repetitivos e conflitantes que agem sobre a sua personalidade. Só compreendemos o outro quando olhamos para ele do plano da causa, do chamado Corpo Causal, o corpo da Alma, e vemos a partir daí sua realidade sutil. Ao invés de olharmos para os efeitos, que são secundários. Campbell diz sobre o herói numa passagem que: "A primeira tarefa do herói consiste em retirar-se da cena mundana dos efeitos secundários e iniciar uma jornada pelas regiões causais da psique, onde residem efetivamente as dificuldades, para torná-las claras, erradicá-las em favor de si mesmo (isto é, combater os demônios infantis de sua cultura local) e penetrar no domínio da experiência e da assimilação, diretas e sem distorções, daquilo que Jung denominou imagens arquetípicas". O herói é um aprendiz de ser humano. Vive um percurso conhecido como: separação, iniciação e retorno. Ele, ou ela, é a imagem da pessoa que assumiu sua própria lenda pessoal e adquiriu conhecimento. A partir daí pode retornar ao mundo renascido, trazendo os benefícios do seu aprendizado. Como explica o mitólogo, o herói é aquele que representa as potencialidades e o destino de todos.

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