sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Caminho do meio

Já pensei em ser santa e imaculada. Já pensei em ser louca e transviada. Já me perdi entre esses dois caminhos. Vejo, agora, o meio, a minha frente. O equilíbrio dinâmico entre os extremos. Que é, na prática, ser outra coisa. Esse caminho que vejo, o do meio, é estreito. Parece difícil de passar, porque é a própria passagem, a ponte entre os mundos. Dos raios é o 4°, o Raio da Harmonia através do Conflito. Lembro que era exatamente o raio regente do meu coral. Conflito, porque para que haja harmonia precisa haver tensão, não estabilidade. É uma linha tênue, muito tênue. Me sinto o próprio funâmbulo, na corda bamba, brincando de equilibrista. Mas, acho que a essência está mais para o meio do que para os extremos, já que não tem polos nem conflito. O meio é o caminho do Buda, daquele que conheceu os dois lados e escolheu se pacificar. No meio está a tensão, mas sem tensão não se toca o instrumento, e como é bom tocar um instrumento... É com a correta tensão, nem muito apertado nem muito frouxo, que se afina o intrumento e se soa a nota perfeita. Nem louca nem santa, só mesmo uma intermediária, Mercúrio entre os mundos. Um mero instrumento, que vive cada dia buscando a tensão correta, que me fará soar com harmonia e ritmo aquela melodia que vem do coração.

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