Salve, oh! RA! Semelhante a Tum, te ergues acima do Horizonte; e semelhante a Horus-Khuti culminas o Céu. Tua formosura encanta meus olhos e teus raios iluminam meu Corpo na Terra. Quando navegas em tua Barca Celeste, a paz se estende pela imensidão dos Céus. Com marcha rápida atravessas o Céu. Teus inimigos são destruídos e a paz reina a teu redor. Os Gênios astrais percorrendo suas órbitas cantam tua glória. Oh! Tu! Senhor da Vida e da Ordem dos Mundos! Glória a ti, oh! Ra, quando te levantas no Horizonte e quando, pela tarde, semelhante a Tum, te pões! Em verdade, teus raios são formosos quando do alto da Abóboda celeste te mostras em todo o teu esplendor! Ali é onde habita Nut que te trouxe ao mundo.... E ali foste coroado Rei dos deuses. A deusa do Oceano celeste, Nut, tua Mãe, se prosterna em adoração diante de ti. A Ordem, o Equilíbrio dos Mundos emanam de ti.
Ventos propícios impelem tua Barca até o porto. As divindades das quatro Regiões do Espaço te adoram. Oh! tu, Substância divina de que procedem todas as Formas e todos os Seres...! Tu, Divindade Única, já reinavas no Céu quando a Terra com suas montanhas nem existia...Tu o impetuoso! Tu, o Senhor! Tu, o Único! Tu, o Criador de quanto existe! Na Aurora dos tempos, tu modelaste a Linguagem das Hierarquias divinas; tu arrancaste os Seres do Primeiro Oceano e os salvaste numa Ilha do Lago de Horus...
Oh! Osíris, devolve à minha Alma sua natureza divina! Glória a ti, oh! Senhor dos deuses!
(O Livro dos Mortos do Antigo Egito. O primeiro livro da humanidade)
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