segunda-feira, 21 de julho de 2014

Dando o melhor de si

Mauro era um jovem em busca de experiências e autoconhecimento. E queria como todos os outros jovens da sua idade, ser uma pessoa bem sucedida no mundo. Certa vez participou de um workshop sobre ‘coaching, determinação e liderança’.  Recebeu o convite de uma amiga, que o convenceu que poderia ser bom para se reciclarem e aprenderem coisas novas. Chegaram num enorme salão com um grupo de aproximadamente 100 pessoas. Num dos exercícios, o grupo tinha que correr até um objetivo (orientado pela instrutora), dando cada um o seu máximo, seu 100%.  
Dada a largada, todos correram velozmente. Mauro não estava muito convencido, foi meio que sendo levado pelo grupo, afinal ou corria junto dele ou era atropelado. Durante a corrida ele se contentou de estar apenas correndo bem, consciente do espaço a sua volta, das pessoas que corriam e passavam por ele, e consciente do seu ritmo. No final do exercício, depois que todos já haviam chegado, a instrutora disse que o objetivo era na verdade dar o 100%, mas a atitude da maioria foi de competir. Mauro a princípio viu que estava certo de não entrar naquela corrida desesperada onde as pessoas não se viam, se esbarravam e algumas até caíam, simplesmente por causa de uma ideia maluca que alguém inventou.
Depois de explicado, a instrutora deu a oportunidade aqueles que não deram tudo de si, para que corressem de novo, mas agora seria uma corrida curta. Dessa vez, Mauro se ofereceu prontamente, pois reconhecia que na primeira oportunidade não deu seu melhor. Eram quatro pessoas em linha, que teriam que correr para atingir o propósito de suas vidas! (era essa a proposta hipotética). Mauro saiu atrás, mas no meio do caminho sentiu uma força interior que vinha da altura do coração, que o fez em uma passada ou duas se recuperar, e no fim, para seu espanto (porque não competia com ninguém) havia chegado antes de todos.

A vitória era um motivo de orgulho, uma alegria, mas o mais importante, e o que ele levaria dali, era o aprendizado, que fez com que Mauro refletisse. O ego quer sempre competir. Quer ser melhor do que os outros. Faz crer que você veio ao mundo para conquistar o sucesso. Ele se acha mesmo especial e acredita que você deve ser perfeito. O ego se leva muito a sério. Ele precisa ser o primeiro e ser genial sempre. Mauro não acreditou no comando do ego, que fez com que todos se atropelassem e perdessem o propósito verdadeiro. Se concentrou em vencer a si mesmo e em aprender. Ele não sabia o que passou dentro dos outros naquela corrida. Mas sabia que algo que vinha do coração passou por ele.

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